segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ferreira Gullar, assuta até criancinhas. Por Bemvindo Siqueira



Ferreira Gullar, que por sua idade, pela   obra e passado,  merece todo o meu respeito,  escreveu artigo neste domingo na Folha de SP - onde escreve regularmente, o que já o qualifica - afirmando que Lula comprou deputados enquanto Presidente e decidindo que a geração de políticos ideológicos acaba com Dilma. Vaticina que após a Presidenta a ideologia política acabará.

A ideologia não acaba. Como literato o honorável Gullar deveria lembrar-se que cada discurso, cada gesto, cada postura corporal denuncia uma ideologia neles contida.


A ideologia  não acabou e nem acabará. Seu próprio artigo deste domingo na Folha denota a sua ideologia.  Ao escrever que uma nova geração de políticos como Aécio, Cabral, eduardos: Campos e  Paes,  são a nova geração de políticos "não ideológicos", está mais uma vez sendo o porta-voz de uma nossa velha e conhecida ideologia: a que prega o fim das lutas sociais, dos conflitos entre pobres e ricos, entre poderosos e excluídos, para que tenhamos a ilusão "voltairiana" de Cândido, o Otimista, a  de que vivemos no melhor dos mundos, e que a melhor coisa que posso fazer é "cuidar do MEU jardim."

Faz coro com Roberto Freire e com muitos outros que para justificar seu rendição ao neoliberalismo aceitam a tese de que a ideologia acabou.

A ideologia é um conjunto de idéias, ideias são sonhos antes de se tornarem realidade. A ideologia que nos moveu até hoje  é como a Fé, é acreditar na realização do impossível. A Fé numa sociedade melhor,  com igualdade social continua sendo o sonho de milhões no Mundo de hoje. Sobretudo milhões  de jovens, que continuarão realizando o impossível mesmo depois de décadas após a nossa morte. Manterão a memória de Spartacus, de Lutero, da Comuna de Paris, de Rosa de Luxemburgo, das Brigadas Internacionais, de Paris em Maio de 68, de Martin Luther King, Che Guevara e de tantos e tantos outros movimentos e pessoas que lutaram contra o Sistema,  por mais justiça e  por mais humanidade.

Para experienciar o verso de   Fernando Pessoa: "tenho em mim todos os sonhos do mundo.." basta ter o espírito jovem, e para sonhar não importa a idade, porque diz Joel: "...os vossos velhos sonharão".

O grande Ferreira Gullar  que já nos deu tanto orgulho e prazer, chega  na velhice -  ao contrário de Niemeyer -  confundindo o fim da sua vida com o Fim do Mundo.

Pode ser que realmente o Mundo tenha acabado para ele desde o dia em que Lula se elegeu, e o PT chegou ao Poder.

Tão trágico quanto um  Titanic não se importa de ir a pique desde que leve com ele  Lula, acusando-o de ter comprado parlamentares, e de ser o verdadeiro chefe do "mensalão".

E, com todo o  bom humor que me caracteriza, com todo respeito -  é claro -  digo que Gullar além de equivocado é muito feio. Assusta as crianças. kiakiakiá


http://blogdobemvindo.blogspot.com.br/2012/11/ferreira-gullar-assusta-as-criancas.html

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