O sangue escorre na
faca afiada de Cabeleira. Nem por isso, menos ternura. Eis aqui uma versão do
cabra na voz de Franklin Távora. Contemporâneo de Visconde de Taunay, José de
Alencar, Machado de Assis e Joaquim Manoel de Macedo, Franklin Távora foi um
dos criadores do romance regionalista com a publicação de O Cabeleira em 1876(
que o Sebo Vermelho reedita no presente momento). Nesse romance, narra as
aventuras e desventuras do cangaceiro José Gomes na cidade do Recife do século
XVIII. Trata-se do primeiro registro da literatura brasileira a ter um
cangaceiro como personagem central.
Cearense do Maciço do
Baturité, terra de gente invocada, João Franklin da Silveira Távora nasceu no
dia 13 de janeiro de 1842 e faleceu no Rio de Janeiro em 18/08/1888. Fez os
primeiros estudos em Fortaleza e se formou em Direito no Recife, em 1874,
quando passou a residir no Rio de Janeiro.
Em 1870 fez cerrada
campanha contra o conterrâneo romancista José de Alencar, por não concordar com
seu romantismo idealista.
Publicou os seguintes
títulos:" A trindade maldita" (contos, 1861), Um mistério de família
(1861, drama), "Os índios do Jaguaribe" (1862, romance histórico); A
Casa de Palha (1866, romance); " Um casamento no Arrabalde" (1869,
romance); " Três lágrimas" (1870, drama); "Cartas de Semprônio a
Cicinato", (1871); "O Cabeleira" (1874, romance); "O
matuto" (1878, crônicas); "Lourenço" (1878, romance);
"Lendas e tradições do Norte" (1878, folclore);
"Sacrifício" (1879, romance).
A dureza do sertâo,
do sol seco e salgado, do espinho do mandacaru à sombra do urubu, de repente,
ganham outras matizes nas palavras de Franklin Távora: um QUÊ de doçura de
rapadura, um QUÊ de mel de jandaíra, UM AQUELE de paixão que não se resolve.
Mais uma leitura para
quem aprecia/detesta/espreita o CANGAÇO.
Abimael Silva - Sebista e editor
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