quarta-feira, 28 de julho de 2010
UMA HOMENAGEM A OSWALDO LAMARTINE DE FARIA
Ferros de Ribeiras do RN é o 14º livro de Oswaldo Lamartine de Faria e o primeiro que reedito após sua viagem com a Onça Caetana. É uma obra pioneira na bibliografia norte-rio-grandense. Continua sendo o primeiro e único título sobre os ferros do RN.
Oswaldo Lamartine de Faria está entre os maiores escritores brasileiros, com uma obra dedicada ao sertão do seridó norte-rio-grandense, como está nos títulos dos primeiros livros: NOTAS SOBRE A PESCARIA DE AÇUDES NO SERIDÓ (1950), A CAÇA NOS SERTÕES DO SERIDÓ (1961), ALGUMAS ABELHAS DOS SERTÕES DO SERIDÓ (1964), CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS NOS SERTÕES DO SERIDÓ (1965), VOCABULÁRIO DO CRIATÓRIO NORTE-RIO-GRANDENSE (1966), ENCOURAMENTO E ARREIOS DO VAQUEIRO NO SERIDÓ (1969), SERTÕES DO SERIDÓ (1980) e SERIDÓ SÉCULO XIX (FAZENDAS E LIVROS/1987).
No Rio Grande do Norte ninguém escreveu com mais estilo e originalidade que Oswaldo Lamartine. Na dúvida, Cascudo sempre o consultava sobre coisas do seridó. Raquel de Queiroz, quando escrevia Memorial de Maria Moura, também tirava dúvidas com o caçula de Juvenal Lamartine de Faria.
Um dia antes de apertar o gatilho no peito, aos 87 anos, deixou o último recado com Gasparina, sua fonoaudióloga: se acontecer alguma coisa comigo, não esqueça de avisar ao meu amigo Abimael!
O IBAMA, quando apreendia pássaros e outros animais sempre os soltava na sua fazenda Acauã, em Riachuelo.
Não foi à toa que, na manhã de 28 de março de 2007, no Cemitério do Alecrim, quando o padre e amigo João Medeiros Filho dizia as últimas palavras de corpo presente, aconteceu uma revoada sobre o cemitério, às dez horas da manhã.
Muito antes de Brigitte Bardot e os ecologistas, Oswaldo amava a natureza e os animais!
Abimael Silva
Sebista e editor
Um pouco sobre este grande homem.
O sertanista começou a publicar seus escritos no final da década de 40, deixando preciosas contribuições para os pesquisadores. Ele foi atrás das tradições populares. Seus estudos estão publicados em 21 livros que abordaram o vocabulário potiguar, as abelhas do sertão, a conservação dos alimentos, os pseudônimos e as iniciais potiguares, pescaria, construção de açudes, entre outros temas ligados ao mundo sertanejo.
Recebeu alguns título em vida. Em 14 de novembro de 2001 foi empossado como membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras, na cadeira 12 que também foi ocupada por seu pai e por Veríssimo de Melo, e cujo patrono era Amaro Cavalcanti. Em 2003 foi agraciado pela Fundação Joaquim Nabuco, com sede em Recife, com o título de “pesquisador emérito”. E, em 16 de novembro de 2005, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela UFRN.
Apesar de ter momentos de rispidez, mantinha o humor, fato percebido durante qualquer conversa com o pesquisador que foi elogiado por Gilberto Freyre e José Lins do Rêgo. O primeiro, em artigo publicado na revista O Cruzeiro, em 1948, cita Oswaldo como uma revelação de estilo na etnografia brasileira. Em outro momento afirma que, ao lado de Cascudo, Oswaldo se tornou um mestre em assuntos nordestinos. José Lins registrou: “…muito teria que aprender com o jovem ensaísta riograndense do norte”.
SERVIÇO:
Dia 30 de julho 2010
Lançamento do Livro Ferros e Ribeiras do Rio Grande do Norte
do escritor Oswaldo Lamartine de Faria
Estande do Sebo Vermelho na 62ª SBPC
por trás da TVU
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Abimael, meu colega, o certo é Moça Caetana e não Onça Caetana, apesar que a onça também mata. Abraços (Francisco Martins)
ResponderExcluirOLá, onde posso adquirir obras de Oswaldo, como: A caça nos sertões.. As assassinas, etc
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