sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mais um Clássico. Luiz Gonzaga na poesia de Zé Praxedi - Por Leide Câmara


Zé Praxédi
por Leide Câmara

Zépraxédi (O Poeta Vaqueiro) ao escrever “Luiz Gonzaga e outras poesias“ jamais pensou que entraria para história como autor da primeira biografia em versos do Rei do Baião. E disse bonito, bem ao seu estilo de poeta, que tão bem conhecia o Nordeste, Luiz Lua Gonzaga, o sertão, seu povo e sua gente. Com prefácio de Luiz da Câmara Cascudo e com o apoio de outro potiguar, João Café Filho (Vice-Presidente da República), a obra foi publicada pela Continental Artes Gráficas, de São Paulo/SP, em 1952. Praxédi parecia adivinhar que  o ícone que Luiz Gonzaga mais tarde se tornaria, pois em seu última estrofe do  poema biografia finaliza assim “... Mas o TITO, que me abrange, minha arma, meu coração, foi dado pelo povo da praça e do meu sertão. É a voz do meu Brazí: GONZAGA O REI DO BAIÃO”. E foi mesmo consagrado pelo povo como a maior expressão da música nordestina. Luiz criou um estilo ao se caracterizar com a indumentária do nordestino e cangaceiro em suas apresentações. Transformou costumes com o xote e o baião e fez mudanças para estória da música brasileira divulgando o Nordeste e nacionalizando o forró. Imortalizou a trilogia do baião - Luiz Gonzaga, Zé Dantas e Humberto Teixeira, que até hoje é seguido por legiões de fãs que cultuam sua memória e sua obra, que é um patrimônio imensurável.

O Sebo Vermelho, leia-se Abimael Silva, para comemorar o centenário de nascimento do Rei do Baião (13 de dezembro de 1912 – 13 de dezembro de 2012) publicou uma edição Fac-similar do livro de Zépraxédi (O Poeta Vaqueiro) “Luiz Gonzaga e outras poesias”, uma obra rara que tem sessenta anos. O livro chegará a mãos de apreciadores tanto de Luiz Gonzaga quanto de Zé Praxédi.

Uma memória  histórica

José Praxedes Barreto nasceu na Fazenda Espinheiro, Angicos (RN), em 15 de novembro de 1916 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de março de 1982. Compositor, intérprete, escritor, poeta, radialista, cordelista e jornalista (filiado a Associação Brasileira de Impressa - ABI/RJ em 1955). Era o primeiro dos seis filhos do casal Francisco Praxédes Barreto (nasceu em Martins/RN e faleceu em Currais Novos/RN) e Maria Segunda Praxédes Barreto (nasceu em Martins/RN em dezembro de 1900 e faleceu em Natal/RN em 23 de junho de 1975). José Praxédes casou em 1941 com Hilda Pinheiro Barreto, com quem teve um único filho, José Praxédes Barreto Júnior (Bahia/BA em 09 de novembro de 1947) que reside no Rio de Janeiro. Zé Praxedes foi morar no Rio de Janeiro em 1950 e no ano seguinte, com o patrocínio de João Café Filho, ele e Luiz Gonzaga fizeram uma consagradora apresentação no Teatro Copacabana.

Foi contratado pela Rádio Nacional, onde apresentou por muitos anos o Programa “Sertão é assim”, todos os dias às 6 horas da manhã, era um momento em que os Nordestinos ausentes conseguiam matar a saudade de sua gente. O programa dava grande audiência e isso foi muito importante para conseguir patrocinadores e mantê-lo no ar.


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