quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O ano internacional da química em noites de pirilampos. por João da Mata Costa


para minha irmã Dra Marta Costa, professora do
Departamento de Química da UFRN


A Química e Madame Curie



Maria Skłodowska (Marie Curie) polonesa nascida em Varsóvia no dia 07 de Novembro de 1867 e falecida em Sallanches, no dia 4 de Julho de 1934, foi uma das maiores cientistas de todos os tempos. Laureada duas vezes com o premio Nobel - um em Física e outro em Química. Em 1903 ela divide o Nobel de Física com o seu marido Pierre Curie e Becquerel, pelos estudos da radioatividade. O premio Nobel de Química ela recebeu em 1911, pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio (uma homenagem ao seu país nativo). Por esse grande feito o ano de 2011 foi escolhido o ano internacional da Química, em homenagem à grande cientista Madame Curie.

Marie Curie foi chefe do Laboratório de Física da Sorbonne (Paris – França) e obteve o título de Doutora em Ciência em 1903. Em 1906, após o acidente de carro que vitimou seu marido Pierre Currie, ela ocupou o cargo de professora de Física Geral na Faculdade de Ciências, sucedendo-o.

Uma mulher sem vaidade e desprendida de valores materiais. A medalha de ouro que ganhou ao ser laureada com a comenda máxima da ciência, ela doou para uma instituição de caridade do seu país natal. Não patenteou o processo de isolamento do rádio, o que permitiu a investigação das propriedades desse elemento radiativo por toda a comunidade científica mundial. A radioatividade foi fundamental para a medicina. Muitas vidas foram salvas com o uso de suas propriedades terapêuticas. Os principais elementos utilizados com essa finalidade são o césio-137, o cobalto—60 e o rádio-226.

Em 1922, Madame Curie fundou o instituto do Rádio, em Paris. Escreveu ao longo da vida o livro "Radioactivité", um clássico nos estudos da radiatividade clássica. Um ano após sua morte, sua filha mais velha Irène Joliot-Curie, recebeu o Premio Nobel de Química.

.Uma outra filha de Madame Curie, Éve Curie, escreveu uma bela e emocionante biografia da cientista polaca. Essa famosa biografia foi traduzida no Brasil por Monteiro Lobato, e é um clássico da biografia de uma cientista.



Aos Clientes, amigos e Parceiros...


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

50 Motivos pra você não casar com um publicitário


1. Há milhões e milhões de publicitários no mundo;
2. São egoístas e egocêntricos;
3. Todos tem salários baixos;
4. Não aceitam críticas (recebem mas não as entendem);
5. Se odeiam entre sí;
6. Não sabem contar;
7. Não sabem trocar nem uma lâmpada sem procurar um tutorial no Google antes;
8. Gostam de ver créditos finais e cenas cortadas de filmes;
9. Não deixam você decorar a sua casa;
10. Tudo é um grande brainstorm;
11. Você nunca saberá se os documentos e credenciais são reais ou adulterados;
12. Editam suas próprias fotos;
13. Colecionam revistas e qualquer coisa que tenha fotos no banheiro;
14. Idolatram pessoas totalmente desconhecidas como Banksy, Sagmeister, Basquiat, Paul Rand, entre outros;
15. Tiram fotos de tudo o tempo todo para postar no Facebook;
16. Acham que tudo pode ser resolvido com um bom briefing;
17. Tudo é justificado a esquerda, direita e centro, pelo menos quando estão atrasados;
18. Todos odeiam fonte Comic Sans e amam Helvetica;
19. Tomam bebidas de qualquer espécie só porque gostam da embalagem;
20. Roubam placas na rua para futuras referências;
21. Roubam cartazes de shows e eventos e te fazem passar vergonha;
22. Amam tênis com cores bizarras;
23. Usam All Star com roupa social e acham o máximo. Cuidado, ele pode usar isso no casamento;
24. Tem sempre cheiro de café e tinta de caneta nas mãos;
25. Ficam irritados com as palavras: bonito, feio e artista;
26. Precisam consultar o Pantone antes de se vestir para saber a combinação correta e causar um contraste harmonioso entre as peças;
27. Odeiam Office (Word, Excel, PowerPoint);
28. Acham que podem salvar o mundo com uma boa campanha;
29. Sempre acham que sabem de tudo o tempo todo;
30. Gostam de bandas de lugares remotos do mundo que nem existem ainda e só eles conhecem;
31. Ficam repetindo durante dias, meses e até anos, os bordões e piadas dos vídeos que vêem no Youtube;
32. Lêem quadrinhos de super-heróis e séries gigantescas de literatura infanto-juvenil;
33. Gastam horas incontáveis em seus espaços, rindo sozinhos, na frente do computador;
34. Sua vida social depende dos seus amigos também publicitários ou designers ou jornalistas ou membros de uma banda ruim que tiveram na adolescência;
35. A maioria é viciada em tecnologia, ou seja, boa parte do dinheiro de vocês vai parar na Apple Store;
36. Só usam camisetas da Threadless com estampas fofinhas ou alguma brincadeira sobre algo atual ou retrô;
37. Tem suas lojas preferidas escolhidas pela filosofia da marca;
38. Se transformam em psicopatas quando você diz que publicidade é só fazer comercial;
39. Começam a rir sozinho quando tem um insight de como executar um job;
40. Fumam maconha;
41. Sempre dizem que podem superar o trabalho dos outros;
42. Todos são, já foram ou cogitarão ser DJs pelo menos uma vez na vida;
43. Costumam vender tudo que compram. Livros, revistas, canetas, camisetas... Cuidado, você pode estar à venda;
44. Todos tem personalidade e paladar infantis;
45. Assistem desenhos animados;
46. Gostam de mudar de cidade, estado e país o tempo todo;
47. Quando trabalham retocando fotos de modelos ficam comparando mentalmente com você;
48. São obcecados por documentários e séries de tv sobre ETs, zumbis e monstros em geral;
49. Fumam o cigarro que tiver o design da carteira mais bonitinho;
50. Tenha sempre um bom sonho, porque eles trabalham de madrugada.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Há 31 anos ele nos deixava silenciosamente.


Amo a liberdade.Por isso as coisas que amo as deixo livres. Se elas voltarem é porque são minhas.
Se não voltarem é porque nunca as possui.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Este é o nome do novo livro de Anchieta Fernandes, mais um título da coleção João Nicodemos de Lima, o de número 335, das edições do Sebo Vermelho. Anchieta Fernandes (que já publicou também pelo Sebo Vermelho o livro “Écran Natalense”), em parceria com “o dinâmico editor Abimael Silva” (conforme ele mesmo explica), reúne neste livro três trabalhos fundamentais para a reflexão sobre as histórias em quadrinho no Rio Grande do Norte: “Desenhistas potiguares”, de 1973, ensaio publicado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Natal; “Do Pererê aos Quadrinhos norte-rio-grandenses”, artigo publicado na Revista de Cultura Vozes, de Petrópolis, em 1972; e o artigo-ensaio “ Literatura e Quadrinhos – do verbal ao iconográfico”, também publicado na mesma revista Vozes em 1976.
Ao lado de Moacy Cirne (autor, dentre outros livros, de “ A escrita dos quadrinhos”, também editado pelo Sebo Vermelho), pode-se dizer que Anchieta Fernandes é dos estudiosos mais apaixonados do tema (e ele mesmo reconhece o seu amor). Sua obra, lançada por meio desta reedição fac-similar, é referência absoluta para estudiosos, pesquisadores e amantes da “arte sequencial”, desde as inocentes tirinhas em jornais às ambiciosas novelas gráficas.
No livro, destaque para a seleção atual de Anchieta das melhores 10 estórias do RN, bem como para a capa do designer Alexandre Oliveira, um show à parte.
LANÇAMENTO: DIA 03 DE DEZEMBRO DE 2011
LOCAL: Sebo Vermelho (Av. Rio Branco, 705, Centro)
HORÁRIO: 10h


Aproximando-se os 40 anos (será em 2013) da publicação da primeira plaqueta que, com ensaio escrito por Anchieta Fernandes, divulgou, como análise de linguagem e conteúdo, o quadrinho criado no Rio Grande do Norte, esta editora Sebo Vermelho Edições publica, na coleção João Nicodemos de Lima, este volume reunindo três ensaios do autor, inclusive o texto completo da referida plaqueta.
É oportuna esta edição, não somente porque a plaqueta "Desenhistas Potiguares" está esgotada, encontrando-se alguns exemplares raros em mãos de algum bibliófilo local; como também porque os ensaios publicados na revista nacional "Vozes" não ficaram conhecidos por vários desenhistas de quadrinhos que na época da publicação não tiveram notícia da revista, voltada para público especializado.
O quadrinho norte-riograndense hoje é adulto, mas dentro do contexto em que cada desenhista e cada roteirista não deixou fugir de si a emoção e a imaginação infantil; pois, parodiando o poeta Manoel Bandeira, poder-se-ia dizer sobre os criadores de quadrinhos: "Deus conserve suas criancices." Ao contrário do que se poderia pensar, a criança é o pai do adulto.
A plaqueta "Desenhistas Potiguares" vai até às raízes do quadrinho potiguar, relembrando Poti, o pioneiro. O ensaio "Do Pererê aos Quadrinhos Norte-riograndenses" levou aos brasileiros, através da revista "Vozes", a visão de um critico nordestino (natalense) sobre o nosso quadrinho. O ensaio "Literatura & Quadrinhos" é a tese de Anchieta versões quadrinhescas sobre obras literárias.

Abimael Silva - Sebista e Editor


Anchieta Fernandes (José de,) é de Caraúbas, no Oeste de nosso Estado.Nascido a 09 de junho de 1939 (geminiano, como Hugo Pratt). Foi um dos fundadores do movimento de vanguarda do Poema/Processo, em 1967, e do grupo natalense de criação e pesquisa de quadrinhos Grupehq, em 1971. É também jornalista, contista e cronista bissexto, crítico literário e cinematográfico.
Nomeado a 01 de setembro de 1979 como repórter/pesquisador da Companhia Editora do Rio Grande do Norte (atual Departamento Estadual de Imprensa). Escreveu matérias para o jornal "A República", onde inclusive criou a coluna "Leituras & Pesquisas". Atualmente, no referido departamento, exerce a função de Supervisor de Redação do suplemento "Nós, do RN".
Fundou os jornais "O Popular" (1953), "O Juvenil" (1955), "Juventude" (1960) e "Lolita" (1987-1990). Além do jornal "A República" manteve colunas também nos jornais natalenses "Prisma", "Tribuna do Norte", "Diário de Natal/O Poti", "Jornalzinho do Sebo Vermelho" e "O Canguleiro". Teve trabalhos incluídos em várias antologias nacionais e internacionais.
Livros publicados antes deste: "Por Uma Vanguarda Nordestina" (1976), "Femina Infantis" (1987). "Écran Natalense, Capítulos da História do Cinema em Natal" (1992), "Poema/Processo: Perguntas e Respostas" (1992), " Poliantéia, Homenagem Póstuma a Reinaldo Fernandes Pimenta Filho" (1996), “História da Imprensa Oficial do Rio Grande do Norte” (2006). Recebeu em 2005 o Troféu O Poti (prêmio cultural do Diário de Natal).

LANÇAMENTO SÁBADO 03.12.2011
No Sebo Vermelho - Cidade Alta - Natal - RN

sábado, 19 de novembro de 2011


Em 1877, quando o Brasil perdia José de Alencar, o pai do romance brasileiro, o historiador Manoel Ferreira Nobre publicava Breve Notícia sobre a Província do Rio Grande do Norte. É a primeira história do RN, impressa em Vitória, Espírito Santo, quando a Província dividia-se em 8 cidades, 15 vilas e 13 comarcas, e possuía 233.979 habitantes, dos quais 85% analfabetos; que sabiam ler e escrever, apenas 23.602 homens e 16.220 mulheres.

No final do século XIX, o diferencial da economia do RN era o algodão, a cana-de-açúcar e o gado.

Em 1971, a Editora Pongetti, em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, fez uma segunda edição do livro de Manoel Ferreira Nobre, com notas e comentários de Manoel Rodrigues de Melo, que corrigiu alguns equívocos do nosso primeiro historiador.

Manoel Ferreira Nobre nasceu em 1824, em Ceará-Mirim. Foi deputado provincial, capitão da Guarda Nacional e oficial-maior da Assembleia. Faleceu em 1897, na cidade de Papari, atual Nísia Floresta.

134 anos depois da primeira edição, o Sebo Vermelho reedita, em edição fac-similar, Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte, leitura obrigatória para todo estudioso do RN colonial.




Abimael Silva
Sebista e Editor

domingo, 13 de novembro de 2011

A PRENSA E AS FONTES: DOM QUIXOTE NA OFICINA DE IMPRESSÃO – por Cellina Muniz


Este é o título de um dos capítulos que compõem o livro “Inscrever & Apagar”, de Roger Chartier, o renomado historiador do livro e da leitura. O livro trata de questões fundamentais para se pensar o livro como um objeto histórico e cultural e, especificamente nesse capítulo, Chartier toma o caso de Dom Quixote para rever como se organizavam as funções, técnicas e etapas imprescindíveis para a publicação de um livro no século XVII.
Segundo Chartier, a presença de uma oficina de impressão na narrativa de Cervantes (entre os capítulos LXI e LXVI) não é casual: “ela introduz, no próprio livro, o lugar e as operações que tornam sua publicação possível” (fato já identificado por Borges, aliás).
E prossegue o historiador:
Cervantes inicia seu leitor na divisão e multiplicidade das tarefas necessárias para que um texto venha a ser um livro: a composição das páginas pelos compositores (componer), a revisão das primeiras folhas impressas a título de provas (corregir), a retificação, pelos compositores, dos erros identificados nas páginas corrigidas (enmendar) e, finalmente, a impressão dos moldes, ou seja, do conjunto de páginas destinadas a ser impressas de modo idêntico, do mesmo lado de uma folha de impressão, pelos operários encarregados da prensa (tirar). (CHARTIER, 2007, p. 87-88).
A descrição de Cervantes coincide com o que regulavam diversos manuais de impressão e tipografia da época, todos destacando o papel do revisor. Segundo esses manuais apontados por Chartier, cabia ao revisor tanto identificar erros dos compositores, seguindo as provas impressas do texto a partir da leitura em voz alta da cópia original, como também atuar como censor, buscando (e recusando) algo que contrariasse a Inquisição, “a fé, o rei e a coisa pública”. O revisor, assim, era aquele que dava forma final ao livro, sendo preciso tanto compreender a caligrafia original como também perceber as intencionalidades do autor. Isso sem falar nos conhecimentos necessários para exercer seu ofício: gramática, teologia, direito e língua latina, além de alguns rudimentos sobre as técnicas de impressão.
Desse modo, o leitor do século XVII sequer poderia imaginar (como talvez ainda não imagine, no século XXI) que, se o corpo do livro é o resultado do trabalho de editores e impressores, sua alma não é confeccionada apenas pelo autor, mas recebe sua forma também daqueles que trabalham aspectos aparentemente banais, mas essenciais para a leitura de uma obra: pontuação, ortografia, paginação, estilo e textualidade, elementos que passam pelas mãos (criteriosas ou não) dos revisores de ontem e de hoje.
CHARTIER, Roger. Inscrever & Apagar. Tradução de Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo: Editora UNESP, 2007.



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Kurosawa e Jodorowsky: a simbiose da grande literatura e do quadrinho por João da Mata Costa



“A vida é tão curta, / se apaixone querida donzela, / enquanto seus
lábios ainda são rubros”. Kurosawa Viver 1952

Todas as artes estão relacionadas, e isso me adverte. Os “plongé e perspectivas dos quadrinhos – já centenário, foram utilizados no cinema.
Os quadrinhos, por sua vez, devem muito aos folhetins radiofônicos.
Lembro com saudades das novelas “ronda dos fantasmas” e “Jerônimo, o
herói do sertão”. Assustado e aventureiro percorri os becos da infância.
Depois fui vender revistas em quadrinhos, sem capa (muito mais barato),
nas portas dos cinemas e escolas. Muitos quadrinhos foram parar nas
telas do cinema. Muitos cineastas atuaram nas duas mídias. O Grande
Orson Wells fez época no rádio, antes de se consagrar no cinema.Em 1938,
o futuro diretor de Cidadão Kane produziu uma transmissão radiofônica
intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homônima de George
Wellscausou pânico na população que pensava está sendo invadida por
marcianos. Federico Fellini desenhou o Flash Gordon e era fascinado pelo
“Mandrake”, do Falk e Davis. O grande ator italiano Marcelo Mastroianni,
dirigido pelo diretor de “A Doce Vida” tem muito do Mandrake.Diria mais;
não é possível conhecer a história da arte sem passar pelo genial e
eterno Fellini.

Outro grande diretor de teatro e cinema e roteirista de quadrinhos foi o
genial Alejandro Jodorowsky. Em 1957, Jodorowsky fez o filme “La
Cravate”. Um filme mudo rodado em Paris cujo roteiro era baseado num
conto de Thomas Mann, em que uma garota vende cabeças. Esse magnífico
diretor cult e anti-roliúde fez ainda os filmes A Montanha Mágica, El
topo e Fando y Lis. Filmes inquietantes, repletos de alegorias e
simbolismos. Filmes onde você pode encontrar o universo fascinante de
Frida Kahlo, o realismo fantástico, o surrealismo e o escambal.
Jodorowsky é um Chileno- Aquariano meu próximo. Nos quadrinhos ele se
imortalizaria como roteirista de alguns dos quadrinhos mais fascinantes
dos tempos modernos. Seus quadrinhos em parceria com o grande Moebius
(Incal)são obras primas.

No ano de 2010 foi comemorado pelos amantes da sétima arte o centenário do maior diretor de cinema japonês e um dos maiores do mundo. Seus filmes fazem sonhar e são partes da antologia fílmica mundial. O mundo passou a conhecer o Japão mítico e profundo dos samurais, a partir dos filmes do
Kurosawa que também tem uma grande aproximação com os quadrinhos. Ele desenhava os storyboards de cada plano de seus filmes. Dirigiu grandes obras primas como Viver, Rashmon, Ran, Dersu Uzala, Kagemusha, Trono Manchado de Sangue, Dodeskaden , Yojimbo, Os sete Samuraise Anjo Embriagado. Foi um apaixonado pela literatura russa e fez “O idiota” baseado em Dostoiévski e Ralé em Gorki. Tinha paixão pelos livros e thriller de Geoges Simenon. Baseado no Macbeth de Shakespeare dirigiu o belíssimo “Trono Manchado de Sangue”. O mais importante não é o porquê, mas o como. ” O modo com a coisa acontece pode não mostrar nada da coisa em si, mas mostra obrigatoriamente algo sobe as pessoas envolvidas no acontecimento e que fornece o como”

Apesar de sua grande estima por Dostoievsk – “É o escritor que escreve
com maior honestidade sobre a existência humana”, O Idiota não é o seu
melhor filme. Um dos filmes da minha predileção do Kurosawa é Viver e
seus flash — backs. Diretor de alguns dos maiores atores do cinema
Toshiro Mifune e Takashi Shimura. Dirigiu o belo Rashomon, vencedor do
Festival de Veneza de 1951, baseado em contos do grande escritor suicida
Ryunosuke Akutagawa. O que o escritor quis dizer é que a verdade é
relativa, com o corolário de não haver verdade alguma. E que cena
magistral: A velha rouba os cabelos dos cadáveres. Ela diz que rouba
apenas para sobreviver fazendo perucas dos cabelos roubados. O servo,
decide transformar-se em ladrão, a derruba levando suas roupas e dizendo
que a desculpa também valeria para ele. Dono de uma pontuação e cortes magistrais do cinema em belos wipes e grandes fades elegíacos, foi um dos maiores cineastas de todos os tempos e elevou o cinema á condição de uma das mais belas artes. Arte que faz sonhar e refletir sobre o grande mistério que é VIVER.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Umberto Eco e a Semiótica em Casablanca


Umberto Eco escreveu uma importante análise semiótica sobre Casablanca e considera que o filme trabalha com arquétipos que frequentemente reaparecem em narrativas e desempenham uma vaga sensação de dèjá vu: situações em que se tem a impressão de já ter visto ou vivido.

O filme permanece em nossa memória como um todo, pois apresenta não apenas uma idéia central, mas sim várias e isso o torna um Cult Movie. A semiótica parte da análise: de estrutura comum (common frame) que é situação estereotipada, seqüência de ações codificadas do dia a dia como, por exemplo, jantar no restaurante ou ir à estação de trem; de estrutura intertextual (intertextual frame) que é a situação estereotipada baseada em conhecimento prévio como o duelo entre o xerife e o bandido ou em narrativa onde o Herói enfrenta o Vilão e ganha, ou ainda como o suspeito que escapa de um posto de controle e é baleado pela polícia. Além disso, há a iconografia estereotipada como o Nazista Mal (Evil Nazi) que pode desenvolver uma estrutura intertextual.

O filme Casablanca tem início com uma música africana (gênero de filme de aventura) e depois muda para a Marselhesa (gênero de filme patriótico). Em seguida, sobre a imagem do globo, uma voz sugere uma reportagem (gênero de jornal cinematográfico) descrevendo a Odisséia de Refugiados e a rota Casablanca-Lisboa (gênero de Intriga Internacional).

Casablanca é a cidade que representa o Último Posto Avançado no Fim do Deserto. O Rick’s Café Américain incorpora a visão da Legião Estrangeira perto do Grande Hotel para onde pessoas vêm e vão e nada acontece. Neste café há o Inferno do Jogo em Macau ou Singapura (mulheres chinesas) e o Paraíso dos Contrabandistas. No café tudo pode acontecer: amor, morte, perseguição, espionagem, jogos de azar, sedução, música, patriotismo. Há a tentativa de fuga e a prisão de Ugarte (filme de ação) depois aparece o agente norueguês Berger (filme de espionagem). Pétain (Vichy) versus a Cruz de Lorena representam a oposição entre colaboracionismo e resistência (filme de propaganda de guerra). Victor Laszlo e Ilsa Lund – o Herói Incontaminável e a Mulher Fatal (ambos de branco) em contraste com os alemães que normalmente estão de preto e o casal é apresentado ao major Strasser que se apresenta de branco para reduzir a oposição visual. Ilsa e Strasser representam a Bela e a Fera. Depois que o café é fechado à noite, estão sozinhos Sam e Rick, pouco antes do flashback, eles são o Servo Fiel e seu Amado Mestre (Dom Quixote e Sancho Panza).

No início do filme, Rick Blaine aparece como sinédoque (sua mão) e metonímia (seu cheque). A sua personalidade complexa aflora como O Aventureiro, o Self-Made Businessman (dinheiro é dinheiro), o Homem Inflexível (Tough Guy) de filme de gangster, Nosso Homem em Casablanca (Intriga Internacional), o Cínico Sedutor (despreza Yvonne) e o Herói Hemingwayano (pois ajudou tanto etíopes como espanhóis contra o fascismo). O fato de não beber representa um problema, mas o flashback ajuda a introduzir o Amante Desiludido que se transforma no Amante Desesperado (Beber para Esquecer) para no fim ser o Bêbado Redimido. O Flashback representa O Poder da Memória para recordar o Encontro Breve (com Ilsa Lund) na Última Vez que Vi Paris.

Rick Blaine representa o Diamante Áspero: permite que o casal búlgaro obtenha o dinheiro necessário para os vistos de saída após ele ser ríspido com Annina Brandel; permite a execução da Marselhesa após ser ríspido com Victor Laszlo e negar a venda das cartas de trânsito; descobre que o Amor é para Sempre depois de dizer que Ilsa poderia atirar nele. Há a quinta essência do Drama na figura do Clímax depois de cada anti-climax.

Casablanca-Lisboa significa a Passagem para a Terra Prometida. Casablanca representa a Porta Mágica. Entretanto para se fazer a passagem deve-se submeter a um Teste. Há a Longa Espera do Purgatório. A Chave Mágica é a carta de trânsito. O Capitão Renault encarna o Guardião da Porta que deve ser conquistado pelo Presente Mágico (dinheiro ou sexo). A Chave Mágica não é comprada pelo dinheiro, pois é dada como Presente (recompensa pela Pureza). O Dono (da Chave) é Rick que dá dinheiro (de graça) para o casal búlgaro e ele também dá as cartas de trânsito (de graça) para Victor Laszlo. A Roleta de Vida ou Morte (Roleta Russa que devora fortunas e pode destruir a felicidade do casal búlgaro – Epifânia da Inocência).

Ao se sacrificar Rick consegue a Redenção. Os impuros não vão para a Terra Prometida (a América), mas para a Resistência (Rick e Renault) visando a Guerra Sagrada (Holy War) que é um glorioso Purgatório. Victor Laszlo vai para o Paraíso por ter sofrido com a clandestinidade. O avião é o Cavalo Mágico (na cena final há inclusive um emblema do cavalo Pegasus no avião).

A idéia de sacrifício perpassa todo o filme: o sacrifício de Ilse Lund em Paris quando ela abandona o homem que ama para voltar para o Herói Ferido; a jovem búlgara decidida a se sacrificar para ajudar o marido; o sacrifício de Victor Laszlo que está resignado a ver Ilse Lund e Rick Blaine juntos a fim de garantir a segurança dela.

O Amor Infeliz é arranjado em triângulo. Normalmente há o Marido Traído e o Amante Vitorioso. Neste caso ambos os homens são traídos e sofrem uma perda. Nesta derrota todavia há um elemento subliminar (Amor Platônico) que escapa do nível da consciência, pois Rick admira Victor, Victor é ambiguamente atraído pela personalidade de Rick: ambos chegam ao extremo de um duelo de sacrifício próprio em prol do outro. Como no livro As Confissões de Rousseau (1712-1778), a mulher é o intermediário entre os Homens, um jogo de virilidade, dança de sedução em torno da Bela. A resolução se dá com o Sacrifício Supremo (que permite que Victor e Ilsa partam juntos) e, assim, ocorre a Redenção de Rick Blaine.

Nota: O paper “Casablanca: Cult Movies and Intertextual Collage” foi apresentado por Umberto Eco no Simpósio “Semiotics of the Cinema: The State of the Art”, em Toronto, no Canadá, em 18 de junho de 1984.

O presente texto trata-se do capítulo "Umberto Eco e a Semiótica em Casablanca" do meu livro: Casablanca: Política, História e Semiótica no Cinema (ALL PRINT Editora, 2010)

BLOG do Livro
http://lrcostajr.blog.uol.com.br/



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um Homem Chamado Lula


Lula, o desrespeito e a esperança O tal do brasileiro é uma raça desgraçada. A internet democratizou a ignorância. Assim como um mais um é igual a dois, estava na cara que não demoraria até que o câncer na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pusesse em ebulição uma das raças mais nefastas dos tempos a...tuais: o internauta com diarreia verbal crônica. O instinto cafajeste do brasileiro encontrou nas redes sociais uma ferramenta perfeita pra disseminação de imbecilidades. A pérola da vez pede a Lula pra ele se tratar no SUS, e não no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Isso porque, certa vez, o então mandatário brasileiro alardeou que nosso sistema de saúde pública era bom. O idiota de plantão, então, põe o teclado em riste. Maldiz aqui, distorce um pouco ali, inventa um bocado acolá e pronto. Iluminado e sob um véu que encoraja e cega, ele cria uma sentença que julga crítica, sarcástica, irônica e, sobretudo, polêmica. Sabe que, como ele, há outros milhares de imbecis no Brasil, burros e simplistas, pra servir de eco. A internet, se não desfez o mito do brasileiro solidário, nos apresentou o brasileiro rancoroso, extremista, insensível. Decerto quem teve esta grande ideia de tripudiar em cima do drama do ex-presidente não usa o SUS. O que compartilhou, retuitou, curtiu, repercutiu também não. O crítico de poltrona, aquele que acha que vai mudar o mundo e fazer um Brasil melhor sem sequer arregaçar as mangas da vida, ignora ou desconhece a história deste pernambucano. Lula é muito mais que uma declaração talvez equivocada sobre o SUS, bem mais que uma interpretação maldosa de quem usa uma frase fora de contexto apenas pra vomitar asneiras e desrespeitar. Lula é o sétimo filho de uma família de oito irmãos que viu a morte de perto desde cedo, que passou a vida sabendo que nossa saúde estatal é deficiente, que perdeu a esposa grávida de oito meses do primogênito num hospital público. Mas ele não usava o conforto de um teclado de computador pra defender suas verdades. Lula é o cara que trocou o pau de arara pelo carro presidencial. É o homem que foi oprimido, reprimido, humilhado, trapaceado, que assumiu a presidência bradando o sonho de erradicar a pobreza. É o líder que quebrou paradigmas, que fez o PIB crescer quase o dobro de seu antecessor, que reduziu a taxa de desemprego quase à metade do governo anterior, que se desgarrou do FMI, que distribuiu a renda, que criou 11 universidades federais, que olhou no olho do pobre como nunca na história deste país um presidente tinha olhado. Lula é muito mais que os erros de sua gestão, que a sujeira com que se deparou em seu governo, que a desilusão de alguns partidários, que o maniqueísmo tolo de quem continua vendo política sobre o anacronismo de direita e esquerda. Lula é muito mais que um câncer na laringe. (Wagner Sarmento, jornalista e boleiro)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A PONTE - por João da Mata Costa


A Ponte de Igapó atravessando o rio Potengi liga o litoral com o vale do Ceará Mirim, o Mato Grande e as Salinas com seus seios brancos e desnudos. A velha ponte, a verdadeira ponte da minha infância – a ponte de ferro com seus ferros entrelaçados – ligava mundos e sonhos. A travessia era one way e um carro precisava esperar o outro para atravessar a passarela num mugido de ferros e vãos. A velha ponte de ferro dos meus passos da infância está abandonada. Em outras terras ela seria preservada e ficaria como uma relíquia de um passado que teimam em apagar. A passarela muito estreitinha, às vezes a tábua movia, como eu sofria. Debaixo a água sorria. Algumas vezes precisei atravessar a ponte a pé transportando pacotes. Tinha muito medo, mas a obrigação gritava mais alto. Antes de chegar à ponte havia uma fila de casa populares construídas em cima de um lixeiro. Moradores conviviam com os urubus. Ligando as Quintas com o bairro de Igapó tinha a famosa corrente com um posto fiscal. Nesse lugar esperei muitas vezes o dinheiro que papai enviava do interior para mamãe. Ele fazia a famosa feira de Baixa Verde e fizemos muitas vezes o trajeto Natal – Baixa verde (atual João Câmara) de Jeep, caminhão, ônibus, trem ou qualquer outro meio de transporte. Após Ceará Mirim a estrada era de barro e a viagem ficava muito mais alargada nas horas que podiam passar contando jumentos.

A Velha Ponte da minha infância hoje é uma carcaça de ferro, desprezada e utilizada para emoldurar faixas de propagandas comerciais ou de políticos. Ela faz parte de um tempo, da minha história que ficou sem mais esse referencial sentimental. Algo assim como um corte que me impede de ir e vir atravessando o rio da minha infância. “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é o mesmo e homem muda”, disse Heráclito. Não atravesso o Potengi da mesma forma. No Potengi cresci, brinquei e me banhei. Dos trapiches dava bunda-canastra. Jogava bola nos mangues juntinho dos manguezais. Tempos que não voltam mais.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Alecrim, Alecrim dourado Que nasceu no campo sem ser Semeado".


O ALECRIM 100
João da Mata Costa


No dia 23 de outubro de 2011 o bairro do Alecrim completa oficialmente 100
anos. Foi nesse bairro querido onde vivi os anos mais risonhos da vida e
onde tive os primeiros deslumbramentos com a sétima arte. Comecei vendo
filmes caseiros projetados nas paredes. Depois foram os seriados e os
filmes sazonais como a Paixão de Cristo, Marcelino Pão e Vinho entre
outros.
No Alecrim desarnei com a querida professora dona Xixi. Depois estudei no
colégio Sagrada Família e posteriormente no Institulo Padre Miguelinho.
Foi ai que vi os primeiros lances e tive minha primeira bilola, não pelos
lances, mas pela falta de uma alimentação mais adequada. No Sagrada
Família lembro mais das peladas pos-reza do que do catecismo aos domingos.
A cabeça tava mais la do que nos dez mandamentos.
No Alecrim fui campeão de biloca. Brinquei de mocinho e bandido com meu
amigo Reinaldo. Improvisava muitos brinquedos. O açude de brincadeira era
represado com a agua da chuva numa rua descalça. Os barquinhos de papel
flutuavam coloridos e soltos.
Na brincadeiras o dinheiro era feito de carteira de cigarro. Cada marca
tinha o seu valor. O Xico pedia-me para comprar um Minister e ficar com o
troco que era salvo para tomar um refresco de maracujá com brote. Fazia de
tudo para ganhar uns trocados. Da Avenida Nove levei muitas galinhas para
a casa do dono da bodega que ficava na rua Silvio Pélico. Na casa do Dr
Grácio foi onde vi minha primeira televisão. Reunia uma turma e quem
ficava encostado na porta nem sempre levava a melhor. Perto tinha uma
vizinha que tinha uma filha com quem eu brincava de pega-varetas.
As vezes fazia o pepel de detetive para saber se a mulher não tava sendo
tráida. Brincava tambem de cazinha e dormir junto, mas sem tocar na
perceira. Só brincadeirinha. Nesse quartinho que tambem servia de ateliê
do meu pai era onde eu brincava de roleta com meu querido primo Neto. Quem
acertava ganhava um premio que não posso revelar. Na vila tambem joguei
baralho e fiz cafuné em Dona Joaninha que gostava de uma zenebra.
Peguei morcego e me lasquei arranhado. Em outro morcego saí todo breiado
de bosta de um caminhão de lixo. Um dia me perdi e ainda hoje minha mãe
chora ao lembrar do que poderia ter acontecido. Fui indio no carnaval de
rua e morava perto de uma famosa tribo de indio onde era posivel tomar o
cauim.
A cada festa sazonal nossa casa se transformava num ateliê. No carnaval
fazíamos confete, máscaras, chapeus e outros artigos que vendíamos na
banca de meu querido pai. No São João a rua era um festa. Meu pai vendia
fogos e eu trazia os bolsos cheios de bombinhas e peido de véia.
Depois trocar revistas e figurinhas. Vendia muita revista de quadrinhos
sem as capas a um preço bem mais acessível. Atravessava tropa de jumentos.
Contava carros de chapa branca para distrair. Ouvia Jerônimo o Herói do
Sertão toda hora do Angelus. Ouvia estórias fesceninas na bodega do seu
Antonio, etc.
Confesso que brinquei na
AVENIDA NOVE
N´avenida nove naveguei nos mares da infância.
Com Jerônimo - o herói do sertão - fui herói.
Sonhei com Aninha em tardes de novenas.
Era uma vilinha estreita de casas irmanadas
Na dor, nas brigas e nas brincadeiras,
Para chamar o vizinho, xingar, só precisava gritar.
- Sua rapariga. - É você sinhá sirigaita.
As brigas eram fellinianas e o cenário - a vila.
Que não era Izabel, mas tinham muitos mistérios.
Em noites de ronda dos fantasmas, da
malhação de Judas e semana santa,
onde só se podia ouvir música clássica.
A rua era o palco sem asfalto e contramão
O filme na parede, mãos ao alto eu sou caubói
- Está faltando uma. - Eu troco.
Era um escambo sem fim.
Tudo se trocava: Bola de gude,
Revista em quadrinho, álbum de figurinha do Benhur,
de Tarzan ou premiada.
O dinheiro era uma nota da carteira de cigarro.
A cabeça da boneca podia servir de bola
Seriado e paixão de cristo no cinema São Pedro.
Filme de Tarzan no cinema São Luis.
Hoje tem sabatina da alegria no teatrinho
Sandoval Wanderley.
Nem lembrava que era véspera de sessenta e quatro
E muitos colegas seriam presos.
Não entendia porque se escondiam os livros.
Depois fiquei sabendo que o livro podia ser comunista e perigoso.
Desde então nunca mais me livrei deles
Dona Xixi foi quem desasnou.
A mim, papai e toda a rua nove.
- Joãozinho, me compre meia dúzia de pães.
Foram as palavras mais bem pronunciadas
Que já ouvi em toda minha vida.
Na Cartilha de Sarita aprendi a Ler
No domingo, catecismo no "Sagrada Família"
Depois o jogo de bola que não saia da cabeça.
Na semana jogava na calçada da escola
Com um olho na bola e outro em papai
Se fosse pego era bolo na certa
De palmatória e castigo por brincar com
Aquele menino danado.
Cavalo -ou - bila
Tica - Cola
Esconde-esconde
Pegar "morcego" era outra brincadeira
Um dia o caminhão de lixo me banha de coco
E o fedor nunca mais saiu das minhas ventas
Acompanhado do cheiro de meia que podia
Se transformar numa bola de futebol
Nem lembrava de tempo
A chuva caia e o banho era a bica
Televisão só na casa da frente
Esquina da Vila Nóbrega.
Vila de gente chique
Onde morava o meu amigo Reinaldo.
Um grande artista continua menino.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Em tempos de internet ..Como seria o Facebook do Bentinho, de Dom Casmurro?

Em tempos de redes sociais, até os personagens mais clássicos da literatura estão correndo para se adaptar. Ilustração de Beatriz Carvalho.

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sábado, 15 de outubro de 2011

ODE AO BAR E AO LUAR





Ao bar,
Venho sempre.
Venho assim:
Lua cheia,
Venho plena,
Eu cheia de mim.
Lua míngua
E eu, cínica,
Rio de mim.
Lua nova
Eu me escondo
Eu escombro
De mim.
Lua cresce
Eu criança
Que tece
Esperança de mim.
Ao bar,
Venho sempre.
Sozinha, com a lua
Dia não, dia sim.

(Alice N.)

terça-feira, 4 de outubro de 2011