domingo, 16 de junho de 2013

Uma história de tirar o fôlego.. Cabeleira, uma jóia da Literatura do Cangaço.



O sangue escorre na faca afiada de Cabeleira. Nem por isso, menos ternura. Eis aqui uma versão do cabra na voz de Franklin Távora. Contemporâneo de Visconde de Taunay, José de Alencar, Machado de Assis e Joaquim Manoel de Macedo, Franklin Távora foi um dos criadores do romance regionalista com a publicação de O Cabeleira em 1876( que o Sebo Vermelho reedita no presente momento). Nesse romance, narra as aventuras e desventuras do cangaceiro José Gomes na cidade do Recife do século XVIII. Trata-se do primeiro registro da literatura brasileira a ter um cangaceiro como personagem central.
Cearense do Maciço do Baturité, terra de gente invocada, João Franklin da Silveira Távora nasceu no dia 13 de janeiro de 1842 e faleceu no Rio de Janeiro em 18/08/1888. Fez os primeiros estudos em Fortaleza e se formou em Direito no Recife, em 1874, quando passou a residir no Rio de Janeiro.
Em 1870 fez cerrada campanha contra o conterrâneo romancista José de Alencar, por não concordar com seu romantismo idealista.
Publicou os seguintes títulos:" A trindade maldita" (contos, 1861), Um mistério de família (1861, drama), "Os índios do Jaguaribe" (1862, romance histórico); A Casa de Palha (1866, romance); " Um casamento no Arrabalde" (1869, romance); " Três lágrimas" (1870, drama); "Cartas de Semprônio a Cicinato", (1871); "O Cabeleira" (1874, romance); "O matuto" (1878, crônicas); "Lourenço" (1878, romance); "Lendas e tradições do Norte" (1878, folclore); "Sacrifício" (1879, romance).
A dureza do sertâo, do sol seco e salgado, do espinho do mandacaru à sombra do urubu, de repente, ganham outras matizes nas palavras de Franklin Távora: um QUÊ de doçura de rapadura, um QUÊ de mel de jandaíra, UM AQUELE de paixão que não se resolve.
Mais uma leitura para quem aprecia/detesta/espreita o CANGAÇO.
Abimael Silva - Sebista e editor

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