quarta-feira, 31 de março de 2010

O SEBO VERMELHO REMEXE O BAÚ E RESGATA A REVISTA OASIS



A revista OÁSIS, do Grêmio Literário Le Monde Marche, é mais uma raridade das letras potiguares que o Sebo Vermelho reedita em edição fac-similar e limitada de 100 exemplares, para estudiosos e pesquisadores.
A OÁSIS circulou em Natal, de novembro de 1894 a dezembro de 1904. A primeira fase, de 1894 a 1902, circulou em formato ofício, com oito páginas. Esta segunda fase, de janerio de 1903 a dezembro de 1904, teve formato meio ofício, com 16 páginas e direito à edição especial de aniversário, com 24 páginas e papel especial, em setembro de 1903. Outras edições em papel verde, amarelo, marrom e cinza, um problema para reimpressão.
Como colaboradores mais constantes, Gotardo Neto, Raul e Sebastião Fernandes, Ana Lima, Adelle de Oliveira, Thomaz Salustino, Vivaldo Pereira, Alfredo Carvalho, além da coluna Notas, com o cotidiano da cidade.
A crítica literária também tinha espaço na OÁSIS, em uma cidade de 15 mil habitantes.
A Coleção Mossoroense reeditou em dois volumes a primeria fase da OÁSIS, de 1894 a 1902, em 1999. Com a reedição desta segunda fase, fica bem mais fácil entender e estudar o comportamento humano e literário da cidade, no começo do século passado.
A reedição da OÁSIS é a realização de mais um sonho antigo e uma das maiores contribuições do Sebo Vermelho à história literária do Rio Grande do Norte.

Abimael Silva - Editor e Sebista

2 comentários:

  1. Por João da Mata Costa
    “Lê e medita. O estudo é como o sol e a reflexão é como uma bússola”.
    Oásis Vol. 3 1904

    Alvíssaras. Mais um grande lançamento das edições do Sebo Vermelho capitaneada pelo obreiro e amigo Abimael Silva. Trata-se da bela edição facsimilar em 3v da Revista Mensal Oásis que circulou entre nós no alvorecer do século XX. Edição muito bem cuidada em papel couchê numa tiragem limitada de 100 exemplares, com impressão do Miro Neto e participação do poeta capista Alexandre Oliveira.
    Um resgate paleoliterário da maior importância para estudiosos e bibliófilos. Depois da 1ª parte (1894- 1902) editada pela histórica coleção Mossoroense, é muito bem vinda essa edição da 2ª fase que cobre o período de 1903- 1904. Agora, podemos ler novamente o que foi escrito na Belle Époque Potiguar. Poemas e prosas escritos ao arrulhar das aves em um tom fresco de uma paisagem rústica em relva verde-musgo aquarelando a manhã potiguar. De uma província que já se pensou formosa, de vanguarda e cosmopolita. Escreve o senhor U. Cavalcanti em 1903 (Oásis X, n3) : “Firma-se, acentua-se indubitavelmente, a preponderância intelectual do Rio Grande do Norte sobre os demais pequenos estados do Brasil “. E continua o Cavalcanti em “Por Todos” a lembrar dos plágios que devem ser denunciados, daqueles que defendem dúbios conceitos e dos que “trabalham na afanosa arte de escrever”. Lamentando, contudo, que as obras surgidas e por surgir não possam chegar à posteridade.
    Na Oásis podemos ler ainda os textos do Abel Silva, a poesia de José de Abreu, Gothardo Neto, Pedro Mello e Thomas Salustino. Textos do Raul e Sebastião Fernandes, Rolando Montebello entre outros. Ler as resenhas dos livros de Auta de Sousa e Segundo Wanderley no frescor da hora. Tem ainda a deliciosa seção “Notas” dando conta dos últimos lançamentos e do expediente da revista.
    No número 04, Ano X- 1903 lê-se em “Notas”: “O Lyrio”. Recebemos o n.6 desse periódico, dedicado ao sexo feminino, que se publica na capital de Pernambuco, e é redigido por uma comissão de Exmas senhoras vantajosamente conhecidas na imprensa do paiz.

    Agradecemos de coração.


    João da Mata Costa

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  2. Agradecendo de coração as palavras do prof. João da Mata. alexandre oliveira - capista do sebo vermelho

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