terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Enélio Petrovich e o Instituto Histórico e Geográfico - Por João da Mata Costa

Caros Colegas,

Não pretendia escrever; mas os depoimentos últimos me levaram a: … Nem
tanto ao mar nem tanto à terra onde reina a mesmice e o conformismo. Os
grupos estão formados. Diógenes reina há muito tempo numa coisa chamada
Academia Norte-Rio Grandense de Letras. Um anacronismo. Um ajuntamento de
colegas mais ou menos letrados. Por que não falar de Enélio e seu filho e
não (sim ) de outros clans? E aqui é diferente, não sabia! Os Robsons, os
Aluízios, os Cascudos, os Galvões, Os Uh (ivos), os poetas (vige!). Melhor
parar que hoje não vou terminar.

No caso específico do IHG e outros no Brasil há que se lembrar do contexto
em que eles foram criados. Uma afirmação da nacionalidade. Um ajuntar
documentos que afirmasse a tal da nação que engatinhava Conteana. No IHG /
RN o que é feito de seus preciosos documentos não é diferente do que é
feito com a cultura desse estado. Um descalabro (veja a Biblioteca que
leva o nome de Cascudo). Uma não memória quando o que se deseja e proclama
é o contrário.

A instituição que mantém um Barleus precisava ser melhor tratada e
gerenciada. Climatizada. Instituição que já produziu alguns dos maiores
documentos da nossa história recente precisava ser administrada por alguém
culto e que compreendesse essa história. E não ficar falando asneiras
daqui e de lá.

É indefensável uma administração de meio século. Conservadora, sim!.
Medíocre mas não diferente de outras no nosso estado e outros. Enélio não
foi menos culto que outros no nosso estado e editou livros importantes. A
instituição defenestrada recebeu no mês passado duas dezenas de colegas
nossos. Por que eles entraram nessa instituição falida e combatida?
Orgulho? Vaidade? Melhor perguntar a eles.

Sempre fui bem recebido por Enélio e os funcionários do IHG. Livros
desaparecem aqui e alhures: Biblioteca Nacional, Biblioteca Zila Mamede,
Cooperativa Cultural, Sebos, etc. Livros são mal cuidados em todos os
lugares.

Enélio foi o guardião de uma “certa” memória. De uma tradição que pode não
ser a que desejamos. O que sabemos é que o inestimável acervo de mais de
50 mil títulos do IHG precisa ser conservado. Que venham outros Olavinhos
e Cláudios, que fazem por ser dessa instituição cultural de um estado sem
memória.

Respeitemos essa hora de velar o morto. Enélio morre quando festejamos os
Reis Magos e sua festa que leva os peregrinos à fortaleza onde tudo
começou e lembra essa tradição proclamada por Enélio, Cascudo e Hélio
Galvão.

Salve meu querido amigo Enélio

Ab imo corde.



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